Reunião Ampliada é interrompida por tentativa de coação de policiais militares a estudantes mobilizadas (os) na UEFS

11/10/2023

Ainda no início da Reunião Ampliada que ocorria no Auditório 3, Módulo 4, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a diretoria da Adufs foi informada pelo Comando de Mobilização (Comob) que policiais militares numa viatura ameaçaram entrar na universidade pelo portão lateral da universidade. Sem apresentar qualquer documentação para ter acesso à universidade, os (as) PMs informaram que tinham autorização para fazer uma suposta ronda escolar, o que causou estranhamento entre as (os) estudantes, já que, esta não é uma prática dentro da instituição.


Temendo qualquer tipo de represália por estarem em greve, as (os) estudantes recorreram à Adufs que prontamente encerrou a reunião e todas (os) professores presentes, cerca de 50, se dirigiram ao portão lateral e formaram uma barricada para evitar qualquer tentativa de acesso forçado ao campus. Ao chegar ao local, a viatura da PM não estava mais presente. Em diálogo com as (os) estudantes, a diretoria da Adufs enfatizou seu total repúdio a qualquer tentativa de coação à mobilização estudantil. O professor Elson Moura, diretor da Adufs e coordenador do Fórum das ADs, chamou a atenção ainda para a necessidade de se averiguar quem seriam as (os) responsáveis pela suposta autorização afirmada pelas (os) policiais militares.


A presença de policiais militares nestas circunstâncias gerou temor entre as (os) estudantes por se tratar de uma ação incomum durante um momento de excepcionalidade vivido pela instituição. Em nota publicada no site oficial da UEFS, a Administração Central informou não ter qualquer envolvimento com a situação e que também encaminhou ofício ao Comando de Polícia Militar para esclarecer sobre o fato. Nenhuma informação posterior foi divulgada.


Antes desta situação ocorrer, ainda na Reunião Ampliada, as (os) estudantes Anthony Araújo, Alexandre Paim e Bianca Nunes fizeram uma informe para professoras e professores, explicando algumas ações que vem ocorrendo. Na ocasião, o Comando de Mobilização havia se reunido com pais, mães e responsáveis de crianças do Centro de Educação Básica (CEB) e a partir de então as aulas da creche foram liberadas. As (os) estudantes informaram ainda que atividades essenciais estavam permitidas, desde que com autorização expressa do Comob e uma articulação com outras instituições estava em curso para mobilizar estudantes das demais universidades estaduais à aderir o pleito, uma vez que, demandas como ampliação de vagas para o programa Mais Futuro e aumento do repasse da Receita Líquida de Impostos (RLI) são reivindicações comuns e em benefício de todas as Ueba.


Na noite desta terça-feira (10), o Comob decidiu pela ocupação prédio da Reitoria pelas (os) estudantes mobilizadas (os). Em nova nota, a Administração Central informou sobre o andamento das negociações e listou problemáticas que estão acompanhadas da ocupação da parte administrativa da instituição. Ao Movimento Docente não cabe interferir na pauta estudantil que tem total autonomia para desenvolver as suas mobilizações.

 

Apoio à Greve Estudantil


Pela legitimidade do movimento que realizou uma assembleia histórica com 1790 estudantes e possui uma pauta de reivindicações que agrega demandas urgentes para toda a comunidade acadêmica, a Diretoria da Adufs apresentou seu apoio à greve estudantil. O movimento das (os) estudantes é fruto da insatisfação que vem se acumulando diante de condições precárias do funcionamento da universidade.


Na pauta de reivindicações das (os) estudantes: 1. Reposição por convocação e concurso de todo quadro efetivo de docentes; 2. Reformulação e reajuste imediato do "Mais Futuro"; 3. Ampliação da permanência estudantil, através do 1% da RLI; 4. Recomposição e ampliação do orçamento universitário para 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI).


Desde a mobilização de fechamento do pórtico, que teve início no dia 02 de outubro de 2023, a diretoria da Adufs enfatizou seu apoio a quaisquer tipos de manifestações democráticas em defesa da UEFS. Com o avanço das ações, o sindicato se colocou à disposição para colaborar dentro dos limites políticos necessários e tem mantido o diálogo junto às (os) estudantes por entender a importância deste movimento, reconhecendo a os pleitos que resultam de anos de abandono das instituições por parte de governos do Partido dos Trabalhadores (PT) que deram continuidade a um projeto político de desmonte da educação pública.


A Adufs preza pelo diálogo entre estudantes e a Administração Central e incentiva a continuidade das negociações para que a situação seja resolvida com a brevidade necessária para impedir que mais consequências sejam acumuladas para toda a comunidade acadêmica.


Confira a Nota de Apoio da Adufs à Greve Estudantil.

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