Live propõe debate sobre saúde do docente em tempos de pandemia

09/12/2020

A saúde do (a) trabalhador (a) docente e a pandemia será tema da Live a ser realizada na próxima quinta-feira (10), às 18h. Os palestrantes serão o professor Adroaldo Santos e a professora Tânia Araújo, ambos lotados no Departamento de Saúde da Uefs (Dsau). Gustavo Leão, membro do Departamento de Letras e Artes da universidade (DLA), participará da transmissão como intérprete de Libras.

Além de professor da Uefs, Adroaldo Oliveira é membro do Grupo de Trabalho Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (Gtssa) da Adufs e coordenador do Fórum Popular de Saúde de Feira de Santana, onde luta contra os ataques ao Sistema Único de Saúde (SUS) do município. Já a professora Tânia Araújo é coordenadora do Núcleo de Epidemiologia da Uefs (Nepi), que atua em conjunto com o Núcleo de Saúde, Educação e Trabalho da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (NSET). Ambos os grupos estudam a relação existente entre trabalho e saúde. A categoria docente é um dos grupos prioritários. Nesse contexto da pandemia, desenvolveram investigações sobre trabalho remoto e saúde na docência. Este projeto foi realizado através de parceria entre a Uefs, a Ufrb e o Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-BA), incluindo docentes da rede particular. Participaram servidores de 100 cidades da Bahia.

Trabalho e adoecimento
A pandemia causada pelo coronavírus alterou substancialmente as relações sociais no campo da Educação pública superior, na qual prevaleceu o trabalho remoto. Em meio ao distanciamento social, ganharam espaço novas formas de organização pedagógica, impelindo os docentes a se adequarem às atribuições de um perfil profissional recente para tentar atender às demandas acadêmicas. Entre essas atribuições estão a convivência entre a atividade profissional e o cotidiano familiar, a capacidade de trabalhar com plataformas digitais com as quais a maioria não possui afinidade, extrapolação da carga horária e a ausência de suporte técnico por parte das administrações das universidades para o manuseio das plataformas. Diante da nova realidade, as condições de trabalho dos professores das universidades, já débeis, tornaram-se ainda mais precárias, culminando, na maioria dos casos, no adoecimento docente.

Na Uefs, pesquisa feita pela equipe do Nepi ao longo de duas décadas constatou o adoecimento mental de professores, com sintomas depressivos e de ansiedade. O primeiro estudo foi em 2001 e, o último, em 2015. No primeiro, 17% dos docentes da universidade apresentavam adoecimento mental. Em 2015, o Núcleo repetiu o estudo e identificou transtornos em 28% desses servidores. Neste ano, uma nova pesquisa está sendo realizada pelo Nepi, em parceria com a Adufs, para analisar as características do trabalho docente durante a pandemia. Clique e preencha o formulário para contribuir com a pesquisa. A professora Tânia Araújo acredita que a pandemia pode agravar a situação dos (as) docentes.

“O objetivo de debater a situação de precarização do trabalho docente é organizar os enfrentamentos necessários e ações de intervenção voltadas à promoção e à defesa da saúde e da qualidade de vida dos professores”, sugere Adroaldo Santos.
 

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