Pergunte ao candidato

24/03/2015

Com a proximidade das eleições para reitor e vice da Uefs, estudantes e técnico-administrativos questionam a futura gestão acerca das dificuldades e problemáticas que envolvem as categorias. Questões sobre infraestrutura, permanência estudantil, falta de professores e pagamento de salários dignos são indagações de discentes e servidores para a próxima gestão. 

Tainá Pires, aluna do 6º semestre de Pedagogia, pergunta:  Enquanto reitor, o que o senhor pretende fazer para resolver o problema da falta de professores e de disciplinas optativas, que afetam não só o Pedagogia, mas também diversos outros cursos? 

Evandro do Nascimento - A falta de professores em alguns cursos está relacionada com o estrangulamento do quadro de vagas aprovadas pelo Governo do Estado e com a lentidão na aprovação de concursos por parte da Secretaria de Administração do Estado da Bahia. Temos pela frente o desafio de lutar pela ampliação do quadro de vagas e por mais autonomia para a universidade contratar docentes. Mas, é importante salientar que algumas responsabilidades são compartilhadas na contratação de professores. A definição de vagas para concursos, por exemplo, é feita no Fórum de Diretores de Departamentos (são nove na Uefs). Então, a reitoria vai buscar sensibilizar o Fórum de Diretores para priorizar concursos para os cursos com mais carência de professores.

Camila Alves, estudante do 5º semestre de Psicologia, pergunta: Como vai ser tratada a situação da residência universitária?

Evandro Nascimento - Em primeiro lugar, reconhecemos a necessidade de garantir mais acesso à moradia, como parte das políticas de permanência estudantil. Mas, é preciso dizer de forma clara que a solução para aumentar a oferta de moradia estudantil tem perspectivas de curto, médio e longo prazo. A curto prazo, temos que melhorar as condições atuais das residências existentes, inclusive a partir de demandas dos residentes (manutenção, mobiliário, ambientes de estudo, etc.). E também, em curto prazo, definir através da PROPAAE – Pró-reitoria de Políticas Afirmativas e Assistência Estudantil, como será a política geral de permanência, incluindo uma política de moradia. Se nessa política a opção for por ampliação física, a efetiva disponibilidade de um novo prédio não ocorre antes, de, no mínimo, um ano e meio. Por quê? Vejamos a cronologia desse processo a médio e longo prazo. Será necessário elaborar os projetos arquitetônico, elétrico e hidráulico (alguns meses). Calcular o custo da obra. Depois fazer a licitação da obra, contratar a construtora, dar a ordem de serviço (uns cinco meses) e tem ainda o tempo da obra, contando que tivéssemos orçamento, o que imediatamente não temos. Será preciso inserir a proposta no Orçamento Participativo e, inclusive, buscar verbas federais, se for o caso. O importante é termos uma parceria entre a administração da Uefs e os estudantes, ao invés de um viés de antagonismo, que vem sendo pautado pelos próprios residentes. Se eles entenderem que podemos trabalhar juntos, o processo pode se resolver mais rápido. Mas temos que considerar outras possibilidades de moradia, que não só ampliar a residência.

Magaly Caldas, subgerente substituta Setor de Transportes da Uefs, pergunta: Qual a previsão para a ampliação do Centro de Educação Básica (CEB)? Há algum tempo ouvimos falar que já havia uma verba disponível e projeto pronto para isso.

Evandro Nascimento - Os recursos orçamentários (do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) estão assegurados. Os projetos arquitetônicos da obra foram elaborados pela SUCAB (Superintendência de Construções administrativas do Estado da Bahia) ao longo de 2014 e a previsão é de que a licitação da obra seja realizada nos próximos meses pela SEC (Secretaria de Educação do Estado da Bahia). 

Marinez Almeida, técnica-administrativa do Departamento de Letras e Artes, pergunta: Sobre a movimentação vertical nas carreiras dos técnico-administrativos, o que será feito ou pensado com relação à mudança de classe e de nível? Será que é possível criar meios de concurso interno com adequação funcional, sem depender tanto de política estadual, mas com recursos próprios que visem melhorias financeiras para o funcionário? Quais os critérios que serão utilizados para os servidores alcançarem novas funções? Vão ser criados bancos de dados com o perfil profissional?

Evandro Nascimento - Em relação à movimentação vertical (promoção), pretendemos fomentar o acesso à pós-graduação para analistas universitários. Hoje todos os mestrados e doutorados da Uefs já destinam duas vagas, anualmente, para servidores técnico-administrativos. Mas há uma lacuna para administradores, contadores e economistas, pois o DCIS não tem mestrado nessas áreas. Incentivaremos a criação de mestrado, talvez profissional, para suprir essa lacuna. Para os técnicos universitários, investiremos em formação continuada, permitindo mudança de nível para progressão e também participação em atividades prioritárias, grupos de estudo e grupos de trabalho, de forma sistematizada, ordenada, garantindo pontuação para a promoção. Concurso interno não é possível, pois não há base legal para fazer isso. Os critérios para a ocupação de cargos comissionados serão: ter compromisso com os princípios de gestão, ética, transparência, democracia e autonomia; ter capacidade de dar respostas aos desafios dos cargos; saber resolver problemas; ter atitude propositiva e proativa; ter foco em mudanças e na melhoria dos processos de gestão; trabalhar em equipe e saber liderar na proporção do grau de responsabilidade do cargo. E sim, criaremos um banco de dados com perfil profissional, que ajudará a definir a lotação das pessoas em setores compatíveis com seu perfil.  

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