Reajuste Já foi o principal mote das lutas em 2024 e garantiu vitória significativa para o movimento docente

11/07/2025

O ano de 2024 teve início com um duro processo de negociação. Com perdas salariais de 50%, o Fórum das ADs foi para a mesa de negociação enfrentar a resistência do governo que não apresentava disposição para atender a Pauta de Reivindicações do movimento que caminhava para uma possível greve da categoria.


É importante destacar que todo o processo de negociação, que se estendeu até setembro de 2024, foi exitoso em decorrência da habilidade política das seções sindicais e suas bases, representadas pelo Fórum das ADs, na condução das negociações. Isso porque souberam avaliar a necessidade de momentos de avanços, mas também de paradas estratégicas para que o próprio governo fizesse uma análise do cenário, considerando os prejuízos que estariam envolvidos com a deflagração de uma greve em pleno ano de Eleições Municipais.


Com uma campanha de mídia assertiva que avançou por todo o Estado, fazendo ecoar a pergunta que surgiu nos corredores das universidades estaduais: “E aí, governador Jerônimo, vai ter greve?!”, o movimento docente espalhou sua pauta por rádios, entrevistas e mídias sociais, com objetivo de pressionar o governo acerca de uma resposta positiva sobre um reajuste que minimizasse os prejuízos acumulados na carreira.


Após uma série de paralisações e atos públicos que enfatizaram a disposição de um movimento docente que chegou a levar a categoria nas quatro universidades estaduais para um estado de greve como ultimato em setembro, o governo estadual da Bahia formalizou junto à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), no dia 05 de dezembro de 2024, o envio do projeto de lei (PL) Nº 25.620/2024 referente ao reajuste salarial dos e das docentes das universidades estaduais da Bahia. Foram necessárias mais visitas à AL-BA, já que ainda houve resistência para aprovar o PL.


Conforme o acordado com o Fórum das ADs em mesa de negociação, os índices de reajustes salariais foram de de 6,8% em 2025 e 6,6% em 2026, em quatro parcelas: 4,7% em janeiro/25, 2% que será pago no final deste mês de julho de 2025, mais 4,5% que será concedido em janeiro de 2026 e 2% em junho de 2026, acumulando o total de 13,83% de recomposição salarial. 

 

Reconhecendo que o resultado das negociações é fruto de uma correlação de forças em que não é possível obter o índice ideal, uma vez que a negociação não é unilateral, a avaliação é de que a unidade na luta permitiu, mais uma vez, que a força do Fórum das ADs fosse reconhecida através da mobilizações das bases que conseguiram que a categoria docente tenha sido a única categoria com reajuste concedido acima da inflação.

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