Adufs repudia tentativas de criminalização do governo do Ceará contra movimentos grevistas das universidades estaduais

24/04/2024

Em greve desde o início do mês de abril, professoras e professores da Universidade Estadual do Ceará (UECE), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e Universidade do Vale do Acaraú (UVA) vem sofrendo uma série de tentativas de criminalização do movimento grevista. No último dia 17 de abril, docentes fizeram uma grande mobilização para denunciar a tentativa do governo de cercear o direito de greve das e dos docentes e condenaram a aplicação de multas às seções sindicais, Sinduece, Sindurca e Sinduva, e às(aos) dirigentes.

O governador do Ceará, Elmano Freitas (PT), já afirmou que só negociará com a categoria mediante a suspensão da greve. Na tentativa de pressionar o movimento, mesmo antes do início da greve a Procuradoria Geral do Estado do Ceará (PGE) já tinha emitido documento que pedia a suspensão do pagamento de salários de docentes da UECE, o que mostra a plena disposição do governo de boicotar o movimento grevista que é legítimo, antes mesmo de estabelecer qualquer diálogo com as(os) grevistas.  O documento foi apresentado e endossado pelo reitor da UECE. Há relatos ainda de que a reitoria da UECE ameaçou docentes em estágio probatório com demissão por abandono de emprego, caso ultrapasse 30 dias sem atividades. Além da perseguição por parte das reitorias, o Ministério Público estaria investigando as lideranças sindicais das universidades por desobediência política, num evidente movimento de perseguição ao direito à manifestação. A postura do governo do Ceará com professoras e professores deve ser veementemente combatida e denunciada já que se coloca na absoluta contramão de um governo que se pretende democrático.

A Adufs repudia a tentativa de criminalização dos movimentos grevistas das universidades estaduais do Ceará e as perseguições políticas sofridas pelas lideranças sindicais e reafirma seu total apoio à greve da categoria que tem pautas legítimas como reajuste salarial de 35,7%, melhores condições de trabalho, realização de concursos públicos e convocação do cadastro reserva, além de melhorias e reformas na infraestrutura das universidades, garantia do direito do restaurante universitário (RU) às e aos estudantes, entre outras reivindicações.

Pelo livre direito à luta de toda a classe trabalhadora, seguiremos vigilantes.

 

Feira de Santana, 24 de abril de 2024.

Leia Também