Diretoria da Adufs solidariza-se com os professores da rede municipal de Feira de Santana

31/03/2022

A diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) solidariza-se à luta dos professores e professoras da rede pública municipal, em greve que começou nesta quinta-feira (31), por melhores condições de trabalho e estudo. Os diretores manifestam, também, indignação com a Prefeitura que, sem habilidade para lidar com a reivindicação, lançou mão da Guarda Municipal para retaliar uma mobilização da categoria no local, também nesta quinta (31). Usando da violência, os funcionários da segurança jogaram spray de pimenta nos educadores. Em meio à agressão, muitos passaram mal e foram socorridos pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu). Durante o tumulto, a Guarda ainda bloqueou o acesso ao Paço Municipal e, os que ficaram, recebem comida e água através de um balde amarrado a uma corda e levado à parte superior do órgão.  Desde o início da noite, a energia elétrica foi cortada. Professores da Uefs estão em frente à Prefeitura.

 

Ações que se baseiam em soluções truculentas, independentemente de onde ou de qual instituição venha, inclusive, por parte dos representantes políticos, são um potencial fator de risco à população! Tais ações tendem a agravar a violência que atualmente já se encontra em nível crítico no Brasil, onde a ascensão de grupos políticos que flertam com o uso da força vitima milhares de trabalhadores, principalmente os negros e moradores das periferias, indígenas, ciganos, mulheres e LGBTQIA+, além de defender a ditadura e ameaçar a democracia.

 

O prefeito Colbert Martins e a secretária municipal da Educação, Anaci Paim, também são professores! Pela característica da profissão, é imperativo que quem assume esta função conheça a importância do diálogo no processo educacional. Diálogo e truculência, prefeito e secretária, trilham caminhos opostos! Pela característica da docência, também é imperativo que conheçam o papel da Educação de transformar a realidade e de contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Portanto, um gestor que diz defender a Educação deve valorizar a categoria, garantindo-lhe condições dignas de trabalho. Porém, a Prefeitura de Feira de Santana trata a educação pública municipal com total descaso e chegou a cortar, na pandemia, 70% dos salários de alguns docentes. Desde 2020 não há reajuste nos salários e uma parte da categoria recebe salário parcelado desde abril de 2021, segundo o sindicato. Faltam funcionários, material escolar, merenda e fardamento neste início de ano letivo, de acordo com declarações dadas à imprensa por mães de alunos matriculados na rede pública municipal.

 

Indiferente aos que vivem em condição de insegurança alimentar, a justificativa de Colbert Martins para a ausência da merenda causou grande revolta a diversos segmentos da população. Vergonhosamente, o prefeito disse que quando foi estudante no Ginásio Municipal não havia merenda escolar, mas, ainda assim, conseguiu formar-se em Medicina. O gestor deixou ainda mais evidente o seu descaso ao declarar que na escola o que precisa é ter aluno e professor. Não é a primeira vez que o chefe do Executivo Municipal recorre à imprensa com inverdades e declarações esdrúxulas. Muitas dessas entrevistas têm o objetivo de deslegitimar a luta do sindicato.

 

Os professores e as professoras, que em meio à pandemia tiveram seus trabalhos intensificados, merecem todo o respeito. São profissionais à frente da luta cotidiana para construir a superação das condições estruturais que mantêm a desigualdade social no país. Em nome desta luta, a categoria segue mobilizada na Prefeitura até ser recebida pelos gestores públicos. 

Leia Também