Por conta de defasagem na tabela do IR, cerca de 15 milhões de pessoas pagam o que não deviam
15/12/2021
A defasagem na correção da tabela do Imposto
de Renda (IR) passa de 130%, considerando a inflação acumulada desde 1996,
segundo levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal (Unafisco). Em 2022, essa defasagem prejudicará, pelo menos, 15 milhões
de brasileiros de menor renda que pagarão IR, quando poderiam estar isentos,
caso houvesse a correção da tabela. Entretanto, os efeitos também afetam os
demais contribuintes que se enquadram nas demais faixas salariais.
O jornal Folha de São Paulo destacou no último
domingo (12), que a falta de correção da tabela do IR fará a Receita Federal
cobrar da população, no próximo ano, R$ 149 bilhões acima do que seria devido,
caso os números fossem reajustados. A tabela do IR de pessoa física em vigor
atualmente garante isenção somente para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês.
Essa faixa abrange 9,1 milhões de pessoas, segundo a Unafisco. Caso fosse
aplicada a correção conforme a inflação acumulada, a faixa salarial isenta
subiria para R$ 4.469,02, um crescimento de 134%. A medida isentaria 24,2
milhões de contribuintes.
A tabela do imposto de renda deixou de ser
reajustada anualmente durante o governo Fernando Henrique. De lá para cá, teve
reajustes irregulares sem repor as perdas inflacionárias que foram se
acumulando. Na prática, o governo faz um verdadeiro confisco com esse
congelamento.
Bolsonaro, em mais uma de suas promessas
mentirosas durante a campanha, chegou a dizer que elevaria a faixa de isenção
do IR para R$ 5 mil. Além de não cumprir, em sua gestão, sequer fez algum tipo
de reajuste.
Fonte: CSP-Conlutas, com edição.