Servidores continuam a mobilização contra a votação da Reforma Administrativa

19/10/2021

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Em Brasília, professora Reinalda Oliveira representa a Adufs

Esta semana é de novamente demarcar a luta nos estados e no Distrito Federal contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32), também conhecida como Reforma Administrativa. O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), deve voltar a se articular para incluir a matéria na pauta do plenário. Já foi divulgado por alguns veículos de comunicação que a equipe econômica do governo Bolsonaro foi comunicada sobre a necessidade de negociar a liberação de emendas parlamentares não impositivas para tentar atingir os votos necessários à aprovação da proposta. Como precisa de 308 votos favoráveis, a aprovação da reforma custaria cerca de R$ 20 milhões por deputado, totalizando a bagatela de R$ 6,16 bilhões dos cofres públicos. 

 

Apesar da política do toma lá, dá cá, o governo, ainda assim, considera o risco real de rejeição da PEC 32, dado o temor dos deputados em votar a favor dela. O receio dos parlamentares não é pela impopularidade da proposta, mas pela rejeição que possam ter nas urnas nas eleições de 2022, conforme o recado dado há duas semanas pelos servidores públicos federais, estaduais e municipais, com o apoio de outras categorias de trabalhadores, em Brasília, durante protesto que já dura mais de trinta dias. "Se votar, não volta", disse a presidente do ANDES-SN, Rivânia Moura, que logo teve sua fala reproduzida em coro pelos demais presentes ao ato público organizado no dia 6 de outubro. Após forte pressão desses trabalhadores, no dia 6 deste mês, Artur Lira (PP-AL) recuou da decisão de aprovar o documento.

 

Em continuidade à campanha permanente para pressionar os parlamentares contra o projeto do governo e impedir o avanço da tramitação da PEC 32, servidores de todo o país estão mobilizados desde segunda-feira (18) em Brasília e nos estados, com protesto nos aeroportos, de onde saem e chegam os deputados. No início da manhã desta terça-feira (19) houve recepção aos parlamentares no aeroporto da capital federal e, agora à tarde, vigília no anexo II da Câmara dos Deputados. Os atos continuarão na quarta (20), na capital federal, com concentração no Espaço do Servidor, às 9h, e vigília no anexo II da Câmara, às 14h, além de uma nova vigília neste mesmo anexo, às 14h da próxima quinta-feira (21).  Em Salvador, teve manifestação no aeroporto na tarde de segunda-feira (18) e na manhã desta terça (19). "Tivemos várias reações da população de apoio ao nosso pleito. Os atos dos próximos dias serão decisivos para que a gente consiga enterrar esta PEC. Se a proposta não for à votação até a próxima semana, não poderá ir mais", disse Reinalda Oliveira, diretora da Regional Nordeste III do ANDES-SN, que está em Brasília representando a Adufs. Também estão na mobilização diretores da Adusc e da Adusb.

 

Dão ainda mais força e visibilidade ao movimento o trabalho de articulação política nos estados e municípios, as campanhas e eventos lúdicos organizados nas cidades para dialogar com a população e alertá-la sobre os efeitos catastróficos da proposta, além das ações feitas na internet. Na capital federal, há duas semanas foram realizadas ações que envolveram corpo a corpo com parlamentares na sede da Câmara dos Deputados e nos corredores da Casa, caminhadas e atos públicos no aeroporto e na Esplanada dos Ministérios. A diretoria da Adufs esteve presente à mobilização.

 

Empenhada em derrotar a PEC 32, que representa um dos maiores ataques ao serviço público, a diretoria da Adufs endossa a campanha do ANDES-SN. Nessa perspectiva, convida a todas e todos a pressionarem os deputados baianos nas redes sociais a barrarem essa reforma nefasta! "Ao questionar a estabilidade do servidor público, a PEC 32 pode abrir espaço para a corrupção e o apadrinhamento político, com indicações de pessoas para a ocupação de cargos que deveriam ser técnicos. Se aprovada, a reforma irá piorar as condições de trabalho dos servidores. A população também sofrerá, já que, com servidores em condições de trabalho precárias, haverá redução na qualidade do serviço público", afirma Álvaro Alves, diretor da Adufs.

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