Reitoria enfrenta emergência com orçamento limitado

20/10/2014

Há menos de dois meses para o fim do ano, a reitoria da Uefs tenta, a duras penas, contornar a crise orçamentária causada com a redução dos recursos destinados pelo governo. Desde o anúncio da diminuição de verbas para o ano de 2014 que a Uefs tenta sobreviver sem um montante de R$ 4,6 milhões, tirado de custeio, investimento e pagamento de pessoal.

De acordo com o pró-reitor de administração e finanças, Rossine Cerqueira, diante da crise, a reitoria tem priorizado a utilização dos parcos recursos tentando evitar a deficiência em serviços essenciais para a instituição. Os gastos com custeio, que o pró-reitor julgou serem os maiores problemas, já apresentam déficit no orçamento. Segundo dados obtidos junto à assessoria de planejamento (Asplan), até o final do ano, a universidade terá um déficit em torno de R$ 6 milhões para o pagamento da mão de obra terceirizada.

Ainda segundo o pró-reitor, “a situação está grave. Temos priorizado suprir as necessidades dos gastos com a política de permanência, restaurante universitário e serviços terceirizados, tudo dentro do limite do orçamento. Assim, desde o início do ano garantimos ter dinheiro no caixa para não ter atrasos no pagamento das bolsas, por exemplo. Temos conversado com as empresas, buscando manter uma relação aberta com os trabalhadores terceirizados sobre a nossa situação orçamentária. Entendemos toda importância que eles têm para o funcionamento da universidade. Estamos priorizando o pagamento dos pequenos prestadores de serviço, que muitas vezes dependem desse capital de giro. As despesas contratuais que requerem uma parte maior do orçamento nós estamos dialogando para que o Estado seja responsabilizado por essas quitações”.

Segundo dados da Asplan, o orçamento para o pagamento da locação de mão de obra é de apenas R$ 700 mil. Assim, as verbas para serviços de manutenção, investimentos em obras, aquisição de equipamentos e materiais de consumo estão muito limitadas, tendo suas necessidades julgadas por ordem de urgência e emergência.

A crise pode ser ainda maior se não houver a destinação dos R$ 7 milhões restantes prometidos pelo governo para suplementação nas Ueba. Para o assessor da Asplan, Antonio de Macêdo, o panorama apresenta a possibilidade da Uefs entrar em 2015 saldando dívidas de 2014. “De janeiro a maio, o governo realizou um contingenciamento das cotas de concessão de empenho mensal, o que significou o represamento de despesas. Com isso, caso a suplementação não aconteça, o orçamento do ano que vem terá um déficit que pode ser muito alto. E nem chegamos a novembro e dezembro, meses onde a fatia de gasto orçamentário é muito maior”, explicou. Conforme informações de Macêdo, a Secretaria de Administração (Saeb) já foi informada pela reitoria sobre o déficit para o custeio da mão de obra terceirizada, e que a secretaria prometeu providências.

Mantendo a política de transparência administrativa, a reitoria convocou mais uma reunião ordinária do Conselho de Orçamento Participativo (COP), do qual a Adufs faz parte, no dia 06 de novembro, às 08h30, no Auditório III no Módulo IV, para apresentar e discutir o orçamento de 2015.
 

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