Com quase 300 mil mortes e total desprezo do governo federal, Brasil se torna epicentro mundial da Pandemia

23/03/2021

Se aproximando da triste marca de 300 mil mortos pela Covid-19, o Brasil completa mais de um ano de pandemia no pior momento da crise, com colapso no sistema de saúde em quase todo o país, sem auxílio emergencial e escassez de vacina. Há mais de 20 dias batendo recorde na média móvel de mortes, o país mergulha em uma crise sem precedentes, sob a liderança de um governo federal mais preocupado em encobrir crimes de aliados e realizar mais ações contrárias ao combate da Covid. Chegamos ao 13° mês de pandemia, sem um ministro da saúde, isolados do mundo e diante de um cenário que deve piorar e muito nos próximos meses.

Na mais recente demonstração de total desprezo à população brasileira, as denúncias em Brasília dão conta que Bolsonaro tenta manter o foro privilegiado do seu atual ministro da saúde, Eduardo Pazuello, investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta negligência nos casos de falta de oxigênio no estado do Amazonas. Enquanto isso, o já escolhido novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, permanece sem tomar posse. Diante das afirmações de Queiroga sobre “executar políticas de governo”, a essa altura já não é possível afirmar se o país fica pior com um ministro disposto a atuar em defesa das ideias negacionistas e genocidas do presidente ou sem ninguém na pasta, evidenciando para o mundo a total instabilidade financeira, social e sanitária que afasta qualquer possibilidade de investimentos no país.

Em mais uma medida desesperada para manter o poder diante do aumento da rejeição em todo país, Bolsonaro pede ao STF que barre as medidas restritivas que vêm sendo implementadas nos estados por seus governadores com o objetivo de conter o avanço do vírus e o colapso no SUS. A Bahia, que está entre os estados em que o presidente solicita intervenção, está com toque de recolher por decreto do governo estadual desde o dia 03 de março. Com índice de ocupação de mais de 85% dos leitos para tratamento de Covid-19, o estado vem batendo recordes no número de mortes, por isso a necessidade de restrição na circulação de pessoas que atualmente está em vigor das 18 horas às 05 da manhã em todo território baiano até o dia 1º de abril.

No município de Feira de Santana a situação se agrava. Nesta segunda (21), 134 pacientes estavam internados no município com 100% de ocupação dos leitos de UTI do Hospital de Campanha e mais de 80% de ocupação dos leitos de UTI do Hospital Clériston Andrade. Apesar da ampliação das medidas restritivas como o funcionamento escalonado do comércio até o dia 29 de março, nas ruas ainda é possível perceber a formação de aglomeração, principalmente, nos ambientes domésticos.

Segundo especialistas, as três novas cepas identificadas no Brasil P1 (variante de Manaus), P2 (encontrada no Rio de Janeiro), que já se espalhou por todo o país, e mais recentemente a variação N9 ainda em estudo pela FioCruz, já se provaram mais transmissíveis e potentes, o que tem aumentado o número de mortes, necessidade de internação e aumento significativo dos casos de contaminação. O número de pessoas com idade inferior a 60 anos e sem comorbidades hospitalizadas aumentou significativamente.

As recomendações para conter o avanço nos casos continuam sendo as mesmas: uso de máscara, distanciamento social e higienização frequente das mãos, com álcool gel 70% ou água e sabão. Os relatos frequentes de contaminação por diversos membros de uma mesma família apontam para o afrouxamento das regras entre familiares.

A vacinação em massa no Brasil, graças à competência do governo federal em agir a favor do vírus, ainda é uma realidade distante. Somente cerca de 11,8 milhões de brasileiros e brasileiras receberam a primeira dose da vacina, enquanto isso, o país torna-se um celeiro para novas variantes e vê o número de mortos crescer a passos largos.

No combate ao aumento da proliferação da covid-19, centrais sindicais de todo país estão mobilizadas em defesa do Lockdown Nacional, volta do Auxílio Emergencial no valor mínimo de R$ 600 reais e vacinação em massa imediata. Contra a escalada de arbitrariedades e autoritarismo deliberadamente cometida pelo governo Bolsonaro, a medida é única e urgente: IMPEACHMENT, JÁ.

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