Adufs discute ensino remoto com a Reitoria e defende volta às aulas presenciais só com vacinação em massa

23/02/2021

Em reunião com a Reitoria, na última quarta-feira (17), a diretoria da Adufs pediu esclarecimentos sobre o Ensino Híbrido, Remoto e as discussões que tem ocorrido em relação à volta às aulas presenciais. Os docentes chamaram atenção para os problemas decorrentes da falta de estrutura para aulas remotas e sobre as ações que a Administração Central tem desenvolvido para diminuir os danos.

Segundo o Reitor, Evandro do Nascimento, há encaminhamentos em andamento, bem como há demandas que não poderão ser atendidas. No plano pedagógico e operacional, o Reitor afirma que as solicitações foram atendidas: “Uma capacitação foi realizada no final de 2020 e uma em fevereiro. A Prograd realizou estes processos e nós contamos com uma comissão de professores que se propôs a estar na linha de frente deste trabalho. Aquilo que estava dentro dos aspectos pedagógicos de capacitação e melhoria de sistemas foi feito”, afirmou.

Já sobre a carência de equipamentos identificada pelos docentes e discentes, a questão se torna mais complicada: “Em relação a equipamentos, a gente entende a reivindicação, só que nós por mais boa vontade que tenhamos de acolher essa demanda não temos condição de assumir e não vamos assumir isso de forma leviana”. O Reitor relatou que uma licitação para compra de notebooks que já tinha recurso disponível foi frustrada por problemas na documentação das duas empresas que se inscreveram. O segundo processo para compra de equipamentos foi encerrado por falta de insumos para produção dos aparelhos por parte da empresa que informou ter recebido uma grande encomenda antes de finalizar o processo com a UEFS. Com a finalização do ano fiscal, as reivindicações dos docentes não puderam ser atendidas. Novos processos estão sendo desenvolvidos, mas sem respostas conclusivas no momento e por questões de mercado.

A Vice-Reitora, Amali Mussi, informou que empréstimos têm sido realizados e, dentro das possibilidades da Universidade, os departamentos têm emprestado materiais como cadeiras ergonômicas. Também foram disponibilizados chips para que os docentes possam acessar a internet: “Nos Nós fechamos editais em dezembro, tanto de equipamentos quanto de internet, sobrando mais de 300 vagas. A gente tem investido bastante para que a política de acesso chegue aos estudantes”, afirmou.

Amali Mussi disse também que haverá docentes que terão carga horária disponível por todo o semestre para acompanhar e orientar os docentes que estarão em atividades remotas. Além disso, atendendo à demanda por mais capacitação, os cursos serão oferecidos no decorrer do semestre.

Em relação às atividades híbridas, que a diretoria da Adufs fez questão de relatar ter recebido e-mails de docentes preocupados (as) com o contágio da Covid-19 durante as atividades que envolverão docentes, servidores e estudantes, o reitor informou que serão oferecidas 55 disciplinas nessas circunstâncias. Somente quatro departamentos terão aulas práticas: DEXA, DTEC, DCIS e o DSAU: “O DSAU é onde está mais concentrada a quantidade de disciplinas presenciais que são 45 das 55. Tivemos duas reuniões com diretores dos departamentos e o que eles têm sinalizado é a intenção de postergar o início das atividades presenciais para irmos avaliando a questão dos dados da pandemia, avaliar se chegou um nível de vacinação que possa ser atenuante para a gravidade da pandemia. Nós não vamos nos furtar a avaliar o quadro da pandemia e se for grave demais para a realização dessas atividades, vamos chamar o Consepe para que sejam reavaliadas essas disciplinas”, afirmou Evandro do Nascimento que chamou atenção para o fato de quando a decisão do Consepe foi tomada, em outubro do ano passado, havia uma curva descendente em relação ao número de casos.

A professora Reinalda Souza destacou que, apesar das medidas que estão sendo tomadas pela Reitoria, a defesa incansável pela continuidade das aulas cobra um preço incalculável de docentes e estudantes. Alguns procuraram a professora questionando os prejuízos de estudantes que acabaram ficando dessemestralizados porque não tiveram condições de fazer as disciplinas de forma remota. Segundo a Vice-Reitora, Amali Mussi, estas demandas devem ser levadas para a Câmara de Graduação. No entanto, a professora Reinalda destacou que alguns estudantes se queixam que as demandas não têm sido solucionadas. “Vários estudantes procuraram seus colegiados porque não conseguiram se matricular e foram informados que não havia professores suficientes para a demanda por conta da quantidade de vagas limitadas; logo deveriam procurar instâncias superiores. Há mais de 20 dias eles estão tentando solucionar essa questão, sem resposta”, afirmou

São muitos os problemas acumulados no Ensino Remoto e com o aumento do número de casos em toda a Bahia, estamos diante novamente da iminência de colapso no sistema de saúde. Isso faz com que a possibilidade de retorno às atividades presenciais torne o risco ainda maior. Por isso, a diretoria da Adufs alertou a Reitoria para o fato de que, caso haja a deliberação pela volta às aulas, o sindicato deve convocar uma assembleia com a categoria para discutir a instrução do Andes-SN por uma greve sanitária dos docentes.

“A nossa indicação é de reforçar a posição do sindicato nacional de não entrar em sala de aula com atividade presencial sem a vacinação. Nós não somos a favor de professor furar a fila, não adianta professor ser vacinado sem estudante e servidores serem vacinados. A gente defende a vacinação em massa e se a atividade for retomada por determinação legal do governo, nós do sindicato convocaremos assembleia para formalizar uma indicação de greve geral sanitária”, afirmou André Uzêda.

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