Em seis meses, governo contingencia mais de 50% das verbas da Uefs

30/06/2020

É prática constante do governo Rui Costa contingenciar o orçamento destinado à Uefs. Nos últimos três meses, período do crescimento do número de casos da Covid-19 na Bahia, o corte dos recursos da universidade atingiu valores ainda maiores, em relação à concessão repassada em março. Somente em abril, por exemplo, a subtração de valores na rubrica de manutenção e investimento chegou a 60%. Se considerado o acumulado no último semestre, o valor é de 54,75%.

A medida do governo Rui Costa implica na suspensão de alguns investimentos, como as decorrentes da celebração de novos contratos, aquisição de materiais de consumo, contratação de cursos e outras formas de capacitação dos servidores públicos, aquisição de imóveis, móveis e equipamentos, entre outras demandas. Também fica comprometida a reestruturação de planos de cargos, carreiras e vencimentos desses trabalhadores.

A redução das verbas destinadas à Uefs, assim como nas demais universidades estaduais baianas, agora está amparada no decreto nº 19.551/20, que estabelece medidas para a gestão das despesas e controle dos gastos de custeio e de pessoal, no âmbito do Poder Executivo Estadual. Segundo o documento, para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus. O decreto estabelece que ficarão suspensas algumas despesas públicas importantes para o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Em entrevista à imprensa, no mês de maio, também utilizando como justificativa o atual cenário vivido no Estado por conta do coronavírus, o governador Rui Costa ameaçou os servidores públicos estaduais e sinalizou que não há como garantir que o pagamento desses trabalhadores seja feito em dia nos próximos meses.

A diretoria da Adufs compreende as dificuldades impostas a todos pela doença, mas defende que o sacrifício dos trabalhadores e do setor público não pode ser a opção política do governo para tentar minimizar os efeitos da pandemia. Por isso, posiciona-se contrária à política adotada por alguns gestores de tentar resolver os problemas relacionados à doença através da retirada de direitos dos servidores e do sucateamento das instituições públicas. O recurso financeiro necessário para combate à Covid 19 deve vir da taxação das fortunas dos grandes empresários e da suspensão do pagamento da dívida pública.
 

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