Coranavírus expõe a realidade cruel de entregadores usuários de aplicativos

16/06/2020

De motos, bicicletas e alguns a pé; todos estes trabalhadores realizam suas atividades, sem quaisquer direitos, para a iFood, Uber Eats, Rappi, grandes empresas internacionais. Muitos, sete dias por semana. Por vezes, ganham por entrega de R$ 2 a R$ 3. Não têm qualquer vínculo empregatício, direitos, alimentação, plano de saúde, nem manutenção de seus veículos. Parte deles chega a ficar 12 horas por dia à espera dos pedidos. A ampla maioria mora nas periferias. Os que nos garantem a entrega da alimentação em casa, passam fome nas ruas. Essa é a realidade dos entregadores usuários de aplicativos.
 
Com a intensificação do trabalho durante a Pandemia, a superexploração pela qual passam ficou exposta à sociedade. Mas eles estão dando um basta. Começaram a participar das mobilizações anti-Bolsonaro, que aconteceram em dois finais de semana e têm novas marcadas para o próximo. Surgiu o grupo Entregadores Antifascistas, que já recolheu mais de 300 mil assinaturas e espera atingir 500 mil.
 
No abaixo assinado denuncia: “Nós, motoboys, continuamos com as entregas no meio dessa crise do Coronavírus e estamos enfrentando muitos riscos. Todo mundo está em casa se isolando em quarentena, mas nós ficamos nas ruas o dia inteiro, na batalha para garantir as entregas de delivery, colocando a nossa saúde e de nossas famílias em risco. Estamos trabalhando largados à nossa própria sorte e sem nenhuma medida de prevenção e proteção das empresas de aplicativos que fazemos as entregas, como Rappi, iFood, Loggi, Uber Eats, 99Food e James”.

“A CSP-Conlutas manifesta total apoio à mobilização dos entregadores de aplicativos e contribuirá para que ressone essa luta em todo o país”, afirma o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da Central Atnágoras Lopes.

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.

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