Na contramão de outros países, governo Bolsonaro mantém datas do Enem

18/05/2020

O governo Bolsonaro abriu as inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última segunda-feira (11), mesmo sob intensas críticas e protestos de estudantes e de diversos setores da sociedade. A insistência do governo federal em manter as datas do Enem, neste período da Pandemia do novo Coronavírus, ignora a situação dos alunos mais carentes. Em pelo menos 20 países, avaliações do mesmo tipo foram adiadas, canceladas ou substituídas por outra forma de avaliação.

 

Nas atuais circunstâncias, manter as datas de prova vai prejudicar desproporcionalmente os alunos das escolas públicas, geralmente de baixa renda. Eles estão tendo maiores dificuldades de acesso a conteúdo digital e a uma rotina de estudos sem as aulas presenciais por conta do fechamento das escolas. Há desigualdades em acesso à estrutura de aprendizagem a distância, a recursos e à banda larga de internet, se comparadas às condições dos alunos de escolas particulares.

Os estudantes das escolas particulares, por sua vez, continuaram os estudos em casa, com aulas online e professores acompanhando todas as atividades. Na maioria dos casos, esses alunos têm acesso à internet, computador e aparelhos móveis. Diante dessa realidade, os alunos de baixa renda têm menos possibilidade de aprovação no Enem para ingresso nas universidades públicas do país. A manutenção do Enem, portanto, ignora as desigualdades sociais existentes no país.

Em solidariedade à população que se encontra em situação de vulnerabilidade social, o Fórum das ADs posicionou-se em repúdio à decisão do Ministério da Educação. A entidade também convocou a população a mobilizar-se contra a intransigente decisão do governo Bolsonaro. Veja a posição do Fórum das ADs

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