Palestrante defende que professor deve ser ativista político

17/10/2019

O professor Nelson de Luca Pretto, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Faced/Ufba) foi o debatedor da roda de conversa organizada na última terça-feira (15) pela diretoria da Adufs para comemorar o Dia do Professor. O docente iniciou a palestra ressaltando que pela natureza do trabalho, o professor deve ser um ativista político

“O professor atua, essencialmente, na formação para a cidadania, ou seja, ele trata, no ensino básico, com crianças e jovens e, no ensino superior, com jovens e adultos que vão ser futuros profissionais. Profissionais esses que precisam ter uma formação sólida, do ponto de vista de conteúdo, e formação política bastante consolidada, no sentido de poder exercer a sua profissão com criticidade, independência e autonomia. Se o professor é um dos responsáveis por propiciar essa formação, precisa atuar na sociedade como uma liderança intelectual e política, no sentido de que ele articula todos aqueles que estão presentes na educação com suas diferenças e saberes e promove, a partir de intenso diálogo, a formação ampla desses alunos”, disse Pretto.

Entre as diversas formas citadas pelo professor para que se configure o ativismo político estão o vínculo com alguma entidade ou sindicato, ampliação da relação com a mídia, o enaltecimento das diferenças entre os diversos grupos humanos e o uso de software livre. “A partir da última eleição, perdemos a narrativa da ciência, educação e tecnologia na imprensa. Temos de ocupá-la, inclusive os veículos alternativos, para construirmos alternativas de narrativas nesses espaços. Essa deve ser uma estratégia política”, analisou o docente.

Inclusão digital
Nelson Pretto também falou sobre a necessidade de haver políticas públicas em Tecnologia da Informação (TI), com ênfase em inclusão digital. Conforme o professor, atualmente, no país, a ampliação do acesso à internet se dá através, basicamente, da iniciativa individual de cada cidadão que tem condições de comprar a própria banda larga móvel.

“Isso é bastante grave porque essa banda larga móvel não é necessariamente ligada a uma política pública que faça e promova a inclusão digital. Precisamos, urgentemente de transformações na legislação para que que a gente possa de fato ter um backbone público que dê sustentação à conexão de todo cidadão”, esclareceu.

Após a palestra com Nelson Pretto, houve uma confraternização e entrega de brinde aos presentes. Jef Moura e Ravel Conceição animaram o evento com a apresentação de vários estilos musicais. 

Confraternização foi animada por Jef Moura e Ravel Conceição  

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