Assembleia dos docentes da Uefs aprova a continuidade da greve

03/06/2019

Em assembleia realizada nesta segunda-feira (3), após intensa discussão para decidir sobre os rumos do movimento, os professores da Uefs decidiram pela continuidade da greve. Além disso, a categoria aprovou a contraproposta indicada pelo Fórum das ADs. O movimento paredista já dura mais de 50 dias. Foram 136 votos favoráveis ao movimento, 77 contra e sete abstenções.

Falas favoráveis e contrárias à greve foram ouvidas. Entre os contrários à continuidade, um dos discursos foi o de que há a necessidade de recuar para conseguir uma negociação produtiva com o Governo que, até então, se mostrou inflexível nas tentativas de diálogo com os docentes. Já os favoráveis, defenderam que as declarações feitas pelo governador Rui Costa apontam para um total desconforto com a mobilização que vem ocorrendo em todo o Estado, inclusive, pelas vozes da população em geral, que tem se informado pelo movimento das formas perversas como o Governo vem tratando as universidades estaduais. Também foi ressaltado que as conquistas da categoria são resultado da histórica luta em defesa das universidades.

Desta forma, não apenas a imagem do governador estaria sendo desgastada junto à população, mas também, a do político junto ao seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT). Durante as manifestações ocorridas em Feira de Santana, em defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência, foi evidente o desgaste de Rui Costa diante da sua base, quando falas de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), por exemplo, deixaram nítido o desconforto da central com as atitudes do governo que vem se alinhando mais com as políticas da extrema-direita do que com a sua base histórica de lutas sociais.

Diante deste quadro, as Associações Docentes têm intensificado as mobilizações, inclusive, com a inserção da campanha de mídia em Brasília através da colocação de frontlights com denúncias sobre os ataques de Rui Costa às universidades estaduais e à carreira docente.

Contraproposta
A contraproposta indicada pelo Fórum das ADs também foi aprovada nas assembleias realizadas nesta segunda-feira (3) pelos docentes da Uesb e da Uesc. Os professores da Uneb apreciarão a pauta nesta terça (4).

O objetivo das diretorias das associações docentes é protocolar a contraproposta na terça-feira (4) no gabinete do governador e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin), além do gabinete da presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Fabíola Mansur, e do líder da Maioria, Rosemberg Pinto. O Fórum irá reivindicar uma reunião de negociação urgente para debater o documento.

Ainda nesta terça (4), juntamente com a entrega da contraproposta, os professores farão um ato público e uma plenária. A mobilização ocorrerá às 14h, em frente à SEC, em Salvador. O objetivo é discutir estratégias para a preservação da autonomia universitária. Esta mobilização é mais uma atividade planejada pelo Fórum das ADs.

Conheça a contraproposta. 

Moção
Os professores da Uefs também aprovaram a elaboração de uma moção em apoio ao professor Wanderlan Porto, lotado no Instituto Federal de Alagoas (Ifal). O docente sofreu um ataque à liberdade de cátedra por parte de um aluno do campus Maceió.

Ainda na assembleia, os professores da Uefs aprovaram a construção da Greve Geral que está sendo organizada para o dia 14 de junho pelas centrais sindicais do país. A pauta central será a defesa do direito de aposentadoria e o repúdio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19, que trata da Reforma da Previdência.  

Veja o vídeo com o professor Kisnney Almeida, membro do Comando de Greve da Uefs, sobre o resultado da assembleia desta segunda-feira (3).
 

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