Comando de Greve cobra apoio do reitor à luta em defesa das universidades estaduais

29/05/2019

O Comando de Greve dos professores da Uefs esteve na posse do reitor e da vice-reitora da universidade, Evandro do Nascimento e Amali Mussi, respectivamente, ocorrida na noite de terça-feira (28), no Auditório Central da instituição. Durante o evento, os docentes exibiram bandeiras e uma faixa na qual cobraram que a atual gestão não silencie aos ataques do governo Rui Costa à educação pública superior. Jucelho Dantas, diretor da Adufs, compôs a mesa da cerimônia. 

Em sua fala, Dantas avaliou que a conjuntura atual é de retirada de direitos e de subfinancimento do setor público, impostos pelos governos nos âmbitos estadual e federal. Situação que, segundo o professor, exige uma postura firme dos reitores das universidades estaduais baianas, para impedir o avanço das políticas do governo Rui Costa de sucateamento dessas instituições.

Diretoria da Adufs compôs a meda da cerimônia

de posse do reitor e da vice-reitora

“Estamos em greve há cerca de 50 dias. Neste período, o governo tem se preocupado apenas em divulgar mentiras para a imprensa com o intuito de criminalizar o Movimento Docente. O salário de abril foi cortado e também haverá corte neste mês. O governo mostra-se autoritário e não negocia com a categoria. O secretário da Educação não tem autonomia e alega que nós entramos em greve antes de negociar. Nós tínhamos quatro anos protocolando a pauta”, reclamou.

Jucelho Dantas ainda avaliou que “Rui Costa e sua equipe criticam o governo Bolsonaro em relação ao corte de orçamento das universidades federais, mas, aqui, já repetem tal prática há muitos anos. Também criticam a Reforma da Previdência, mas aumentaram a alíquota previdenciária paga pelo servidor de 12% para 14%”. O diretor ainda registrou o desejo de a nova gestão à frente da administração da Uefs não representar o governo do Estado dentro da universidade, mas representar a universidade perante o governo, pontuando os problemas existentes na educação superior. Ao falar sobre o autoritarismo do governo estadual, registrou que o governador se irritou com as críticas do reitor à política do atual governo e, por isso, adiou a posse de Evandro do Nascimento.

Desafios

Na posse, Evandro do Nascimento, eleito para o quadriênio 2019-2023, relatou que o contingenciamento orçamentário o obrigou a conduzir a Uefs em um contexto de precarização das condições de trabalho e estudo, situação que colocou a administração em situações difíceis. Por outro lado, o reitor destacou que conseguiu manter e impulsionar os eventos culturais promovidos pela universidade, além de valorizar e ampliar as ações de pesquisa e de pós-graduação. “O desafio dos próximos quatro anos é escutar a comunidade interna e externa para saber dos seus anseios”, falou.

A cerimônia foi aberta pelo Coral da Uefs. Além da mobilização dos professores, os estudantes também protestaram em defesa da universidade pública. Também compuseram a mesa, juntamente com o diretor da Adufs, com o reitor Evandro do Nascimento e com a vice-reitora Amali Mussi, Norma Lúcia Fernandes, ex-vice-reitora, a presidente do Conselho Estadual da Educação, Anatércia Lopes, o vice-reitor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Marcelo Duarte, o vice-reitor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Marcos Henrique Fernandes, mais o representante do reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Elias Lins, do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, secretário Pablo Roberto (de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos de Feira de Santana), do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau do Estado da Bahia (Sintest/Uefs), Maristela Pinho, e do comando de mobilização estudantil, Ana Paula Santos.

Estudantes fizeram uma mobilização

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