Assembleia aprova a continuidade da greve

20/05/2019

Nesta segunda-feira (20), uma nova assembleia de docentes da Uefs deliberou pela continuidade da greve e encaminhou novas atividades que devem ser realizadas pelo Movimento Docente (MD) para aumentar a pressão sobre o governo.

Excepcionalmente nesta segunda (20), a assembleia dos docentes foi realizada no hall da reitoria como um ato de protesto contra a ausência de reitor na Uefs, em decorrência do gesto autoritário de Rui Costa em não empossar até a data-limite, o reitor e vice-reitora, Evandro do Nascimento e Amali Musse, respectivamente, eleitos democraticamente.

Na última reunião do Fórum das ADs, os representantes dos comandos de greve das quatro universidades estaduais da Bahia sinalizaram para a necessidade de radicalização do movimento grevista, tendo em vista a atitude inflexível do governador Rui Costa, que se recusa a retomar a mesa de negociações ou dialogar sobre a contraproposta elaborada pelos docentes.

Os últimos acontecimentos envolvendo grandes protestos contra os cortes orçamentários nas universidades de todo o país, pelo governo federal, demonstraram a força da coletividade como uma curva ascendente que deve ser elevada nos próximos protestos. O levante feito pela população, a partir da convocação de centrais sindicais nacionais, rumo à Greve Geral, no próximo dia 14 de junho, impulsiona as mobilizações no âmbito estadual e reforçam a importância de intensificar a radicalização.

Durante a assembleia, ainda foi escolhido o delegado para o 64º Conselho do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Conad), que será realizado entre os dias 11 e 14 de julho, em Brasília. A professora Reinalda Oliveira foi eleita delegada, tendo como suplente Fabio Dantas e Gracinete Souza. As mobilizações no âmbito nacional são fundamentais para aumentar o espaço de denúncia sobre os ataques de Rui Costa às universidades.

Mentiras de Rui Costa
Como resposta aos protestos, Rui Costa continua a alimentar a imprensa com mentiras. Uma delas é que o salário do professor é, em média, R$14 mil reais. O governador finge desconhecer a folha de pagamento dos docentes, que possui o maior arrocho salarial dos últimos vinte anos, e despreza o fato de que os salários dos professores são as suas formas de sobrevivência e de sustento das famílias.

Em outro festival de absurdos, Rui Costa utiliza da situação precária da população baiana, que chega a quase 1,3 milhões de desempregados de acordo com dados do IBGE, para deslegitimar o pleito dos docentes. Ora, governador, o Movimento Docente tem cumprido seu papel, ao longo de décadas, lutado pela garantia de direitos à classe trabalhadora. O papel de criar emprego e renda dignos é seu, esse é um direito da categoria!

Como se não bastasse, o governador ainda incita o confronto entre as categorias de trabalhadores ao afirmar que a alteração no Estatuto do Magistério Superior, recentemente revogada, é um privilégio de redução de trabalho concedido aos professores em regime de Dedicação Exclusiva (DE) que trabalham em projetos de pesquisa e extensão. Rui Costa finge não saber do papel de suma importância que os projetos da Uefs e das demais universidades estaduais realizam oferecendo serviços essenciais para as populações dos municípios onde estão localizadas. Somente em Feira de Santana e entorno, em 2018, foram mais de 700 mil beneficiados. 

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