Sistema de Segurança da Uefs causa polêmica entre a comunidade acadêmica

03/12/2018

A iminência da demissão de até 50% do efetivo de profissionais que compõem o quadro da Vigilância Patrimonial da Uefs tem preocupado vários membros da comunidade acadêmica. A proposta faz parte do Sistema Integrado de Segurança da universidade, que está sendo apresentado pela administração e deve ser implantado até o final de novembro de 2019.

Parte dos professores e técnicos estão indignados com a futura demissão de pais e mães de família, que deixarão a universidade após anos de serviços prestados. O entendimento de alguns dos membros da comunidade acadêmica é que o reforço na segurança da universidade não deve ocorrer com o sacrifício dos vigilantes. A economia financeira gerada pela implantação do novo modelo de segurança, no valor de R$ 5 milhões por ano, conforme informado pela administração da Uefs, também não justifica a demissão desses trabalhadores. Até porque ainda não há previsão de como será aplicado o recurso referente à mudança no contrato.

Hoje, após as demissões ocorridas em anos anteriores, 208 profissionais fazem a segurança patrimonial na Uefs. O número é bastante reduzido, se considerada a extensão do campus.

O Sistema Integrado de Segurança foi apresentado pela administração da Uefs no dia 29 de novembro deste ano, em assembleia dos técnico-administrativos. Ainda participaram alguns vigilantes e um diretor da Adufs. Nas falas, os presentes rechaçaram a proposta e criticaram o monitoramento a ser feito nos setores. Segundo o projeto, toda a área coletiva da instituição será monitorada. "A demissão de trabalhadores, principalmente na atual conjuntura do país, é um equívoco político muito grande. Precisamos contratar mais vigilantes; não demiti-los. No próximo ano teremos eleição para reitor. Diante do crescimento de práticas fascistas e do cerceamento à liberdade de cátedra, podemos estar oferecendo mais elementos para a atuação desses grupos na universidade”, ressaltou Gean Santana, diretor da Adufs.

Gean Santana criticou as demissões

Proposta
Serão realizadas duas licitações para a implantação do Sistema Integrado de Segurança, sendo uma para contratar a empresa responsável pelo monitoramento eletrônico do campus e outra para a equipe de profissionais. 

Segundo Saulo Rocha, chefe da Unidade de Infraestrutura e Serviços da Uefs (Uninfra), um manual do plano de segurança da empresa prestadora do serviço define a estrutura do monitoramento e o número de profissionais necessários à execução do projeto. Ainda conforme o gestor, “dentro do conceito técnico da proposta não há necessidade do atual contingente de vigilantes”. A implantação do Sistema Integrado prevê a demissão de até 50% desses trabalhadores. O quantitativo de funcionários, no entanto, será definido pela administração da Uefs.

O serviço custará R$ 143 mil por mês. O contrato com a atual empresa de vigilância patrimonial da universidade, cujo custo mensal é de R$ 973 mil, foi renovado no final de novembro deste ano por mais um ano. A proposta da administração é implantar o Sistema Integrado nesses doze meses.

O Sistema Integrado foi apresentado ao Conselho Universitário (Consu) e está sendo exposto aos departamentos. Também serão realizadas duas audiências públicas na Uefs para a divulgação da proposta.   

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