Emenda Constitucional 95 aumenta precarização de campi afastados

26/06/2018

Dirigentes de campi de Instituições de Ensino Superior (IES) relataram em audiência pública, realizada no dia 19 deste, que estão enfrentando dificuldades na gestão dos campi das IES fora da sede. A audiência foi realizada na Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados para debater a realidade das unidades afastadas. A situação, segundo eles, foi agravada por conta da crise econômica e da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela os investimentos públicos por 20 anos.

Entre os principais problemas apontados pelos dirigentes estão: a falta de infraestrutura, de recursos humanos e de orçamento. Segundo estes dirigentes, os problemas foram apontados pela primeira vez em 2011. Na ocasião, foi entregue um documento ao governo federal com 13 reivindicações. Sete anos depois, a pauta já conta com 18 pontos, entre eles, orçamento, gestão, recursos humanos, assistência estudantil, etc. Atualmente há 332 campi universitários: destes, 268 unidades estão fora das sedes. No caso dos institutos federais, são 41 instituições e 650 campi espalhados pelo país.

Os problemas também passam pela questão salarial. O campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em Coari, a 400 km de Manaus, abriu 22 vagas para professores no curso de Medicina, mas nenhuma foi preenchida porque ninguém se dispôs a ganhar R$ 2.600 por 20 horas semanais de trabalho.

Jacob Paiva, 1º secretário do ANDES-SN, acompanhou o debate e falou aos presentes na audiência que desde o início da expansão das universidades via Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a categoria docente percebeu que o processo foi feito sem muito planejamento.

Fonte: ANDES-SN, com edição. 

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