Dia Mundial do Orgulho LGBT é lembrado em 28 de junho

26/06/2018

Para marcar a luta das comunidades Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) por respeito, direitos civis e contra as diversas formas de violência memora-se na próxima quinta-feira (28), o Dia Mundial do Orgulho LGBT. Apesar de o Brasil ter avançado em relação a leis que asseguram direitos e proteção aos LGBT, nas ruas, a realidade é assustadora.

Um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), entidade que pesquisa dados sobre esta população no Brasil há quase quatro décadas, revela que, este ano, 177 LGBT morreram por lgbtfobia no Brasil, sendo 11 na Bahia. Ano passado, foram 445 – 387 por homicídio e 58 por suicídio. Ainda segundo o GGB, a cada 20 horas um LGBT morre por motivação homotransfóbica no país. Por conta desta estatística, o Brasil lidera, no mundo, o ranking de violência contra esta população.

Conforme o GGB, os principais causadores destas mortes são armas de fogo, armas brancas, espancamento, asfixia e outras. Se considerado o ano de 2017, quando se trata de mortes por Estado, São Paulo lidera a lista, com 59 mortes, depois Minas Gerais, com 43, e Bahia, com 35. A maioria das vítimas são de homens gays (187), seguidos pelas travestis (132) e mulheres trans (46).

Gean Santana, diretor da Adufs e membro do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufs, afirma que o “28 de junho é um marco para luta LGBT mundial. Foi a partir da rebelião de Stonewall, em 28 de junho de 1969, que os LGBT do mundo iniciaram, de forma mais orgânica, a luta em defesa do direito de existir. Quase 50 anos depois, nós, LGBT, vivenciamos uma série de violências. Ainda hoje, a expectativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos. Portanto, apesar dos avanços que conquistamos através da luta, ainda precisamos melhorar muito”. O diretor acredita que os dados estatísticos sobre a violência contra a população LGBT no Brasil são ainda maiores, pois as autoridades jurídicas e policiais tratam, apenas, dos casos que chegam ao conhecimento público.

GTPCEGDS/Adufs
O GTPCEGDS da Adufs tem intensificado a luta contra a homofobia e a transfobia junto à categoria docente, movimentos sociais e entidades sindicais. Entre as ações estão a colaboração na elaboração da cartilha "Contra todas as formas de assédio, em defesa dos direitos das mulheres, das/os indígenas, das/os negras/os e das/os LGBT", que foi reformulada no ano passado. Houve ainda a divulgação, no site e nas redes sociais da seção sindical, dos documentários “Narrativas Docentes – Memória e Resistência LGBT” e “Narrativas Docentes – Memória e Resistência Negra”.

Os vídeos foram lançados durante o 37º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro deste ano. Abordam as experiências de docentes militantes nestas temáticas, registrando trajetórias, resistências e lutas no combate às opressões vivenciadas dentro e fora das instituições de ensino às quais estão vinculados.

A diretoria também reproduziu e afixou, em todo o campus, os cartazes sobre assédio elaborados pelo Sindicato Nacional, além de propor a realização de um debate sobre “Violência de Gênero” com docentes, estudantes e técnicos.

A proposta de organização do debate ocorreu na Aula Magna realizada no dia 12 deste mês, que marcou o início do semestre letivo 2017.2 da Uefs. Durante a cerimônia, a diretoria destacou as lutas ocorridas no âmbito nacional, através da participação da seção sindical nas atividades organizadas pelo GTPCEGDS do ANDES-SN, do qual fez parte.

28 de junho
A data foi escolhida em razão da Revolta de Stonewall, que foi uma série de manifestações de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova Iorque ao bar Stonewall Inn, em Manhattan, Estados Unidos, no dia 28 de junho de 1969.

Stonewall era um bar frequentado majoritariamente por gays, lésbicas, travestis e drag queens. Nos Estados Unidos, em 1969, “atos homossexuais”, assim descritos, eram ilegais em todos os estados americanos, exceto Illinois, o que era motivo para forte repressão policial aos frequentadores da área de Greenwich Village, local onde se concentrava boa parte da população LGBT nova-iorquina. No dia 28 de junho, após uma ação policial violenta e prisões arbitrárias, os membros da comunidade LGBT iniciaram uma revolta contra a polícia, que resultou em protestos por seis dias consecutivos. 

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