Ampliado, comando de mobilização tratará sobre a pauta interna da Uefs

14/06/2018

As dificuldades enfrentadas pelos professores da Uefs para a realização das atividades acadêmicas fizeram parte das pautas da assembleia realizada na noite de quarta-feira (13). Entre os problemas relatados por estes estão: cursos sem professores, precariedade dos laboratórios e equipamentos, obras inacabadas, iluminação precária, ausência de auxílio financeiro para a participação dos docentes em eventos, deficiência na elaboração de alguns editais para a realização de concurso público, banheiros em más condições de uso e limitação das viagens de campo.

Como encaminhamento, os presentes à assembleia propuseram ampliar o comando de mobilização criado pela categoria em 2017. O grupo fará um levantamento dos problemas existentes na universidade e, com as informações, montará um documento que será utilizado para cobrar melhorias ao reitor da Uefs e ao governo Rui Costa. Os dados serão amplamente divulgados para a comunidade externa e interna.

Além da diretoria da Adufs, que já integra o comando de mobilização, decidiram participar os professores Kisnney de Almeida e Ivan Faria. A participação na Comissão é permitida para qualquer docente que desejar.

Campanha salarial
Além dos informes e da pauta interna, também fizeram parte da assembleia os seguintes pontos: campanha salarial, escolha de delegados para o 63º Conad, avaliação da conjuntura e pesquisa de opinião.

Na ocasião, os diretores reafirmaram que a negativa de Rui Costa em conceder a reposição da inflação impôs grandes perdas aos docentes das universidades estaduais baianas, entre 2015 e 2017. A perda foi de 17,42%, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Essa é a maior perda salarial dos últimos 20 anos! Para recompô-la é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,1%. Com base na informação do Dieese, a campanha de mídia para este ano tem como tema: O governo da Bahia faz o maior arrocho salarial em 20 anos.

Para demonstrar aos presentes, de forma prática, qual foi a perda salarial do servidor, a diretoria elaborou algumas tabelas. Em uma delas, revelou qual deveria ser o salário bruto em 2018, caso houvesse a reposição da inflação e a recomposição salarial entre os anos de 2015 e 2017. Um docente Auxiliar A recebe, atualmente, R$ 6.218,99, quando deveria receber R$ 8.081,78. Já no contracheque do docente Pleno consta R$ 15.535,97, quando, na verdade, deveria constar R$ 22.578,16.

O Fórum das ADs, que já protocolou a pauta 2018 algumas vezes, tem cobrado do governo Rui Costa a convocação, de forma urgente, de reuniões de negociação. As tentativas também têm sido feitas junto à Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). No entanto, o descaso é a única resposta. 

Fazem parte dos encaminhamentos aprovados no ponto campanha salarial a convocação de reuniões com outras entidades representativas dos servidores públicos baianos com o intuito de discutir a campanha salarial; reunião ampliada com os professores; além de usar a campanha de mídia 2018 em automóveis, através de plotagem. Ainda foi reforçada a proposta do Fórum das ADs de veicular spot da campanha em rádios da cidade. No caso da reunião com as entidades representativas dos servidores, a orientação foi que os Grupos de Trabalho da Adufs (GT) sejam convocados para os encontros.

Os docentes também aprovaram o encaminhamento do Fórum das ADs de participar do desfile cívico 2 de Julho, em Salvador; protocolar junto às instâncias governamentais, no dia 20 de junho, a pauta de reivindicação 2018; solicitar mais uma reunião com o governo; marcar um encontro com o Fórum dos Reitores com o intuito de cobrar destes uma posição sobre a atual situação das universidades e a realização de uma nova assembleia, em julho deste, para avaliar o estado de greve.

Delegados do Conad
Foi aprovado o delegado indicado pela diretoria da Adufs para o 63º Conad, bem como escolhidos os observadores. A delegada será a diretora Marilene Lopes. Gracinete Souza, Rosevaldo Ferreira e Raquel Rodrigues serão observadores.

O evento ocorrerá entre 28 de junho e 1º de julho, na Universidade Estadual do Ceará (Uece), em Fortaleza. O tema central será “Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica”. A nova diretoria do ANDES-SN, que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2018-2020, será empossada durante a Plenária de abertura do Conad.

A Chapa 1 “ANDES-SN Autônomo e de Luta” foi eleita com 51,71% dos votos dos eleitores que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 9 e 10 de maio. A votação ocorreu, através de voto direto e secreto, nas secretarias regionais e em 99 seções sindicais do Sindicato Nacional em todo o país. Do total de docentes aptos a votar (69.152), 24,42% compareceram às urnas, ou seja, foram 16.887 votantes. Desses, 8.732 (51,71%) votaram na chapa 1; 7.215 (42,73%) na chapa 2; 481 (2,85%) em branco; e 459 foram votos nulos (2,72%).

Conjuntura - encaminhamentos
Ao abordar a conjuntura, o diretor da Adufs, André Uzêda, falou que “vivemos uma crise política estrutural do sistema capitalista em todo o mundo que provoca, dentre outros problemas, o desmonte do setor público e ataca os trabalhadores. Essa crise se reflete no Brasil, envolvendo, inclusive, a privatização das estatais, a reforma Trabalhista e a Lei das Terceirizações. Em alguns estados do país, o projeto político do governo federal acaba sendo adotado integralmente ou parcialmente. Na Bahia, há total descompromisso dos gestores com as Ueba. Precisamos avaliar a nossa postura e posicionamento diante desse governo, questionando-o sobre o que significa as universidades estaduais para ele”, alertou.

André Uzêda finalizou a fala sobre o ponto ressaltando a urgente necessidade de os professores mobilizarem-se para construir a luta conjunta com outras categorias de trabalhadores contra os desmandos dos governos federal, estadual e municipal, reconhecendo ser a unidade um grande desafio a ser enfrentado.

Os encaminhamentos deste item foram remetidos para discussão em momento posterior, por conta do tempo necessário para tratar sobre o assunto e sobre as demais pautas da assembleia que ainda precisavam ser debatidas. Entre as propostas a serem discutidas em outro momento estão: fortalecer o Comitê em Defesa da Educação Pública, a Frente Nenhum Direito a Menos e o Comitê em Defesa da Democracia; ampliar o debate sobre a unidade na luta; que a diretoria encaminhe ao 63º Conad a proposta de construção de uma nova Greve Geral, que componha o Comitê contra o Golpe e apoie a campanha pela liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva; posicionar-se sobre a seletividade da justiça no processo que envolveu a prisão do ex-presidente; apoiar a realização da Auditoria da Dívida Pública Brasileira; convocar uma Assembleia Geral Universitária(AGU); além de realizar articulação com as lideranças dos caminhoneiros para que os docentes possam contribuir com a luta da categoria e reforçar o processo de construção da unidade na luta.

Pesquisa de opinião
Durante os informes, o diretor André Uzêda falou sobre a realização da pesquisa de opinião com os professores. Uma equipe da Empresa Júnior de Administração da Uefs está entrando em contato com 282 docentes para aplicar um questionário. É garantido o sigilo das informações prestadas.

Serão entrevistados docentes sindicalizados e não sindicalizados, ativos e aposentados. A pesquisa foi encomendada pela diretoria da Adufs com o objetivo de conhecer a opinião destes professores sobre o sindicato que lhes representa. 

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