Universidades estaduais paralisam atividades e protestam contra a maior perda salarial dos últimos 20 anos

27/04/2018

Nesta quarta-feira (25), o movimento docente das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) paralisou as atividades acadêmicas contra o silêncio do governador Rui Costa (PT) sobre a pauta de reivindicações 2018. Os professores realizaram uma mobilização em Salvador que contou com o apoio dos estudantes e de outras categorias do funcionalismo público. No interior da Bahia também ocorreram manifestações. Na Uefs não houve a suspensão dos trabalhos dos docentes.  

O protesto na capital baiana foi marcado com panfletagens, palavras de ordem, banda de sopro e poetas que denunciaram, através das rimas, problemas sociais. Apesar da forte chuva, o ato se manteve durante toda manhã.

A categoria dialogou com a população baiana sobre a situação crítica que os professores e o funcionalismo público enfrentam há três anos, sem reajuste salarial. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o prejuízo imposto pelo governo já representa a maior perda salarial dos últimos 20 anos. Para recompor as perdas salariais dos últimos três anos, é necessário um reajuste de, no mínimo, 21,1%.

Leia mais sobre as perdas salariais.

Manifestação com palavras de ordem e poesias

Foto: Ascom Fórum das ADs

Além da questão salarial, as falam também trataram da restrição a outros direitos trabalhistas e da crise de financiamento das Universidades Estaduais. A ação foi reforçada pela nova campanha de mídia deste ano. Faixas, cartazes, balões, pirulitos, bandeiras e camisas deram visibilidade ao protesto. No interior da Bahia, nos campi da Uesb de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié, os portões foram fechados com café da manhã, panfletagens e mobilização.

Docentes no interior da Bahia também denunciaram as perdas salariais

Foto: Ascom Adusb

Pauta 2018
As reivindicações do movimento docente para este ano foram entregues na Governadoria e nas secretarias estaduais da Educação (SEC), da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais (Serin) no dia 18 de dezembro de 2017. Até o momento, o governo se mantém em silêncio e inflexível para diálogo com o Movimento Docente.

Ao todo, são mais de 957 professores com direitos trabalhistas previstos em lei negados. Estão travadas nas quatro universidades estaduais 472 promoções, 284 progressões e 201 mudanças de regime de trabalho. O estrangulamento orçamentário também é um grande problema. Desde 2013, as universidades acumulam um corte de mais de R$ 200 milhões no custeio e investimento.

A última vez que o governo reuniu-se com o movimento docente foi em setembro de 2017. Mesmo assim, não apresentou nenhuma proposta em relação à pauta de reivindicações. Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, destacou que a paralisação foi importante para mostrar a indignação com a intransigência do governo Rui Costa. As Associações Docentes avaliarão os próximos passos da luta.

Leia o documento na íntegra com a pauta 2018. 

Fonte: Ascom Fórum das ADs.

Leia mais sobre a mobilização.

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