Adufs promoverá palestra sobre inclusão e cultura do capacitismo

26/03/2018

As políticas públicas de educação inclusiva existentes no país, o papel cumprido por estas, as condições de trabalho dos professores nas instituições de ensino e a superação do preconceito contra as pessoas com deficiência serão alguns dos assuntos a serem abordados na palestra “Inclusão em tempos de exclusão e a cultura do capacitismo”. A atividade, a ser ministrada pela ex-diretora do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, ocorrerá no dia 10 de abril, às 15h30, no Auditório 5, Módulo VII da Uefs.

Segundo Marinalva Oliveira, que também é membro do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE) da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva não tem proporcionado a inclusão das pessoas com deficiência. Tampouco, garantido recursos financeiros para atender a este segmento da população.

“Existe um falso discurso de inclusão. O Estado, através de diversas legislações, vem se desobrigando de assegurar todas as condições físicas e pedagógicas necessárias para garantir o direito aos alunos com deficiência matriculados em escolas regulares, acesso e acessibilidade pedagógica, metodológica, comunicacional e arquitetônica. São muitas as barreiras existentes. O direito da pessoa com deficiência à educação representa um desafio, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior”, informou.

Capacitismo
A ex-diretora do ANDE-SN ainda destaca a importância de discutir a cultura do capacitismo para que as pessoas possam perceber os preconceitos existentes contra os indivíduos com deficiência.

Marinalva Oliveira define capacitismo como a concepção que tende a pensar as pessoas com deficiência como menos aptas ou incapazes de gerir a própria vida. “A partir daí, surgem termos como: portadoras, excepcionais. Eles reforçam a ideia de que o indivíduo com deficiência precisa sempre de proteção”, alerta.

Opressões sociais
A docente pontua que além das dificuldades relacionadas ao acesso à educação, as pessoas com deficiência sofrem diversos tipos de discriminação. “É imprescindível compreendermos que as pessoas com deficiência enfrentam opressões sociais em todos os espaços: ambiente de trabalho, escola, espaço público, meios de comunicação social e na própria família. Para lutar por políticas emancipatórias que as coloquem em visibilidade social, precisamos desconstruir a concepção de corpo-normatividade de nossa estrutura social”, afirma.

Para Marinalva Oliveira, as políticas a serem propostas devem ter por princípio a superação da opressão das pessoas com deficiência.

A deficiência na pauta do Movimento Docente das instituições de ensino superior
No âmbito do Sindicato Nacional, a categoria aprovou, no 62º CONAD, realizado entre 13 e 16 de julho de 2017, em Niterói, acrescentar às bandeiras de luta a defesa dos direitos das pessoas com deficiência e ações contra o capacitismo.

Considerando que o Andes-SN tem entre os seus princípios a defesa da universalidade do acesso à educação pública de qualidade, também aprovou que as seções sindicais lutem pela implementação do Decreto n° 9.034/17, responsável por instituir cotas para pessoas com deficiência nos institutos e universidades federais.

Como parte das atividades, o ANDES-SN encaminhou às seções sindicais um questionário que tem o objetivo de elencar como ocorre, nas universidades onde essas funcionam, a inclusão das pessoas com deficiência. O resultado possibilitará conhecer as propostas de acesso voltadas para a permanência desses indivíduos e permitirá traçar as próximas políticas para as seções sindicais.

A palestra “Inclusão em tempos de exclusão e a cultura do capacitismo” está sendo organizada pelo Grupo de Trabalho de Política Educacional da Adufs (GTPE/Adufs).  

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