Semestre letivo começa com mobilização dos vigilantes

19/03/2018

Um dos acontecimentos que marca a retomada das atividades acadêmicas na Uefs é a Aula Magna. No entanto, o que alterou a dinâmica de abertura do semestre 2018.1, nesta segunda (19), foi a mobilização, logo no início da manhã, dos terceirizados da vigilância, que estão sem receber o salário e o vale-transporte referentes ao mês de fevereiro. No intuito de alertar a comunidade interna para o grave problema, a entrada de veículos no campus foi proibida e o acesso permitido apenas a pé. Os veículos só puderam adentrar na universidade às 9h10.

Saulo Rocha, chefe da Unidade de Infraestrutura e Serviços da Uefs (Uninfra), informa que os vigilantes não receberam os salários em dia porque a prestadora do serviço retardou a entrega, para a administração da universidade, da documentação relativa à realização do pagamento. Ainda segundo o gestor, além do atraso, a documentação estava incompleta, o que comprometeu ainda mais o processo de pagamento dos trabalhadores. A administração emitiu a Notificação de Ordem Bancária (NOB) com a quitação do débito com a empresa nesta segunda (19). O valor deve ser creditado em favor dela em 48 horas. Os terceirizados devem receber ainda nesta semana.

Aula Magna
Durante a Aula Magna, Marilene Rocha, diretora da Adufs presente à mesa, solidarizou-se com a luta dos vigilantes da Uefs e condenou o constante atraso no pagamento dos salários dos terceirizados dos diversos setores. A professora ainda criticou o sucateamento imposto pelo governo estadual às universidades, materializado, por exemplo, através da redução no orçamento destinado às instituições, da precarização das condições de trabalho e estudo e da ausência de políticas de acesso e de permanência no campus.

“Convoco todos os presentes a fortalecerem as reivindicações em defesa das universidades estaduais baianas. Estamos vivendo um grave momento de investidas contra o setor público e os trabalhadores. Além da luta por conquistas, estamos resistindo para garantir direitos que estão sendo retirados. Precisamos nos manter unidos para conseguirmos reverter os ataques em curso”, disse Marilene Rocha. A docente ainda destacou que “o tema da Aula Magna é bastante oportuno e que as políticas de ações afirmativas devem se transformar em políticas de estado”.
A Aula Magna desta segunda (19) foi proferida pela professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Elielma Ayres Machado. A docente compartilhou a experiência da instituição na qual leciona na implantação de políticas e projetos de ações afirmativas e programas de permanência. Também foi abordado como essas iniciativas foram empreendidas. Conforme a professora, a instituição é pioneira no país, especificamente com o processo de adoção de reserva de vagas e cotas.

Elielma Ayres destacou a importância das políticas de ações afirmativas como forma de assegurar o direito à educação para segmentos historicamente discriminados. A docente ainda ressaltou que toda política pública precisa ser monitorada e avaliada.

A vice-reitora, Norma Lúcia Fernandes, presidente das Comissão de Ações afirmativas da Uefs, informou que implantação do sistema de vagas para os cursos de graduação da Uefs se deu em 2006, após reivindicação do movimento negro, através da Resolução 034/2006. A gestora pontuou a necessidade de avançar nas discussões e garantir reserva de vagas na graduação e na pós para outros grupos historicamente excluídos, como os portadores de necessidades especiais”.

O tema da Aula Magna foi O Protagonismo das Universidades Estaduais nas formulações das políticas de ação afirmativa no Brasil.

Leia Também