No Chile, 1° país a privatizar a Previdência, sistema entrou em crise

27/12/2017

Sem votos para conseguir aprovar a Reforma da Previdência ainda este ano, o governo Temer resolveu recuar e anunciou a votação para fevereiro de 2018. Até lá, os esforços continuam para ganhar apoio no Congresso e tentar convencer a população que a reforma é benéfica, discurso que é desmentido por vários fatos. Um deles é o caso do Chile, primeiro país a privatizar a Previdência no mundo.

O país vizinho sul-americano colocou em prática um dos principais objetivos da reforma no Brasil, que é transferir cada vez mais a aposentadoria dos trabalhadores para o setor privado, sob a falsa justificativa que a previdência social é insustentável e a privada seria mais eficiente. Hoje, o Chile vive uma profunda crise no sistema de aposentadorias, que se agravou nos últimos anos com um brutal achatamento do valor dos benefícios aos trabalhadores.

Situação insustentável
Em plena ditadura militar de Augusto Pinochet, em 1981, o governo mudou o sistema de Previdência que era parecido com o atual existente no Brasil. A Previdência foi privatizada e cada trabalhador passou a contribuir com 10% do seu salário para fundos de pensão privados, conhecidos como Administradoras de Fundo de Pensão. As mulheres começam a receber o benefício aos 60 anos e os homens aos 65 e são obrigados a contribuir por, no mínimo, 20 anos.

Contudo, o que ocorreu foi que as AFPs, como são chamadas, passaram a administrar o dinheiro dos trabalhadores, usando para investimentos e especulação, mas na hora de pagar as aposentadorias os valores são irrisórios. Longe de representar o que os trabalhadores contribuíram a vida toda, sequer garantem o mínimo de subsistência.

Fonte: CSP-CONLUTAS, com edição.

Leia Também