Atividades na creche são suspensas

06/06/2017

As atividades na creche da Uefs foram suspensas temporariamente, conforme nota divulgada na última segunda (5) pela administração. A medida foi adotada em função da insuficiência de profissionais para atendimento da demanda, já que os contratos da maior parte desses encerraram, e da impossibilidade de realização de um processo seletivo simplificado.

“A suspensão das atividades não impacta somente na vida dos pais que têm filhos no local, mas em diversos setores, pois, muitas vezes, temos de sair mais cedo do trabalho ou chegar atrasado para levar ou buscar a criança em uma creche fora do campus. Estamos sem reajuste inflacionário. Pagar uma creche sobrecarrega muito um salário já bastante defasado”, lamentou a servidora técnica Elianjose Junqueira, mãe de uma criança de três anos, desde os seis meses na creche, e de um adolescente de 16 anos que já frequentou a estrutura.

A professora Elisângela Oliveira (Dexa) ressalta a dedicação e empenho dos profissionais do local. “A equipe desenvolve um trabalho importante e que é feito com muito cuidado e carinho. Sem falar que é confortante saber que nosso filho é bem atendido e está próximo ao nosso ambiente de trabalho”, disse.

A creche atende crianças de seis meses a três anos. Os trabalhadores do local são contratados através do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Atualmente, possui 12 educadores, sendo que o contrato de nove destes venceu na última sexta (2). Faltam profissionais para preenchimentos dos cargos de nutricionista, técnico de enfermagem, lactarista e educadores, segundo a coordenadora da creche, Noélia Maria Brandão.

Na última segunda (5), a administração convocou professores, estudantes e técnico-administrativos para informar sobre a suspensão das atividades na creche.

Breve contexto
Em nota, a administração da Uefs informou que há alguns anos mantém parte do quadro de pessoal contratado temporariamente através do regime Reda, tendo em vista a necessidade de serviços em áreas que não existem servidores concursados no quadro, bem como a existência de cargos transferidos para outro grupo ocupacional para os quais não é mais possível realizar concurso público. Alguns processos de contratação estavam em andamento na instituição para a garantia da oferta de serviços. Um outro empecilho ao preenchimento do quadro de pessoal tem sido a negativa do governo, que alega indisponibilidade orçamentária, às solicitações de autorização para a realização de concursos.

Uma representação foi movida pelo Sintest junto ao Ministério Público (MP) pedindo a suspensão do edital de seleção n°001/2017, referente ao processo seletivo simplificado para técnico de nível médio e superior, já em andamento. Os novos funcionários preencheriam vagas em diversos setores da universidade. Segundo o sindicato, o processo seletivo em questão viola a ordem constitucional por incluir vagas com cargos da carreira universitária que devem ser preenchidas via concurso público.

No dia 23 de maio deste, a 21ª Promotoria de Justiça de Feira de Santana, com base na representação, recomendou a suspensão do processo seletivo e, na última sexta (2), notificou a Uefs. Os gestores e representantes do Sintest reuniram-se com o MP terça-feira (6), na sede do órgão, com o objetivo de discutir a situação. Após o encontro, a 21ª Promotoria se comprometeu a dar uma posição sobre o caso.

Marilene Rocha, diretora da Adufs presente à reunião convocada pela administração, reafirmou que a suspensão dos concursos nas Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) integra a política governista de sucateamento da educação pública e convocou os presentes à luta. “Devemos denunciar à sociedade o estrangulamento orçamentário das instituições, bem como a precarização das condições de trabalho e estudo. É importante que todos se mobilizem e ajudem a construir a luta unificada contra esses ataques. Precisamos defender a universidade pública, importante patrimônio do povo baiano”, convocou a sindicalista.  

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